Home

 

 

 

 

 

Loustal & Paringaux

Editado em 1987 e reeditado em 2009 pela Casterman, Barney et la Note Bleue presta homenagem ao saxofonista francês Barney Willen.

Tendo começado a tocar bastante cedo, a carreira de Barney Willen disparou em 1959 quando, com apenas 20 anos, foi convidado para tocar com Miles Davis (com Pierre Michelot e Kenny Clarke) na banda sonora do filme de Louis Malle, Ascenseur pour l'échafaud. Miles, que o ouviu num clube de Paris, exclamou: “Ele é o melhor saxofonista tenor que eu ouvi na Europa. Ele toca tenor de uma forma autêntica, muito melhor que muitas das actuais estrelas nos Estados Unidos”.

Barney et la Note Bleue é a história da ascensão fulgurante do genial saxofonista, do drama, das drogas de que não conseguia sair, do sexo e das paixões desenfreadas, a sua passagem por África, as relações conturbadas que advinham também desse êxito.

Na carreira atribulada de Willen - 40 anos - contam-se mais de trinta discos em nome próprio, colaborações com Miles, Art Blakey, Bud Powell, Chet Baker, Roy Haynes, Thelonious Monk; experimentou, aproximou-se do free e tocou com Francois Tusques, George Gruntz e Mal Waldron, escreveu bandas sonoras para discos, tocou rock e punk e regressou ao Jazz com Lucky Thompson e Donald Byrd, tendo falecido em 1996 vitimado por um cancro, com apenas 59 anos de idade.

Em 1987, o desenhador Jacques de Loustal, com Philippe Paringaux como argumentista, conceberam Barney et la Note Bleue, inspirados pela música de La Note Bleue

La Note Bleue é um dos mais celebrados discos de Barney Willen, de 1987, e marca o seu renascimento após um longo eclipse devido às drogas. O álbum (a música) conta com Ricardo Del Fra no contrabaixo, Sangoma Everett na bateria, Alain Jean-Marie no piano e ainda Philippe Petit na guitarra. O lançamento do disco foi coordenado com o lançamento da banda desenhada e teve capa de Loustal.

Jacques de Loustal é um dos mais populares desenhadores de BD francesa e, mesmo se ele já era um autor reconhecido, a edição de Barney et la Note Bleue alargou-lhe definitivamente esse reconhecimento público. Tendo-se iniciado como ilustrador na Rock & Folk francesa (onde conhece Philippe Paringaux), ele começa a publicar curtas histórias na Metal Hurlant, Pilote ou Libération, depois (A SUIVRE) [(Barney et la Note Bleue foi capa da (A SUIVRE)] ou L'Écho des Savanes, e basicamente todos os magazines de BD e inúmeros jornais lhe ofereceram a atenção. Entre os seus trabalhos de fôlego estão ainda a ilustrações de obras literárias e trabalhos de escritores como Georges Simenon. A sua actividade mantém-se até aos dias de hoje.

Philippe Paringaux, amigo de Loustal e editor da Rock & Folk, iniciou-se como argumentista em Barney et la Note Bleue, tendo prosseguido a colaboração em inúmeras outras obras, diversificando a actividade também como tradutor.

Barney et la Note Bleue, pg. 69, Loustal & Paringaux, (1987) 2009    
Extrait de l'ouvrage (Barney et la note bleue), Loustal & Paringaux  © Casterman
Avec l'aimable autorisation des auteurs et des Editions Casterman